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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Solidão de Amor no Mar

Nem mesmo os ventos
das mais sábias inspirações,
me trarão de volta os momentos
em que se fundiam nossas paixões.

Ficou para trás mais um verão.
Outro outono desfolha meu peito.
Será um novo inverno de fria solidão.
Porém, a primavera me encontrará refeito.

Por mais que eu saiba que amar é humano,
insistir no amor, me parece uma tola pieguice.
Ainda que eu te ame, não posso incorrer no engano
de esquecer as bobagens que a tua boca, oca, me disse.

Vou deixar minha vida estendida, no sal, ao sol.
Já que não quisestes ser a minha soberana e linda ilha,
não serei entrave no mar do teu viver, assim, como um atol.
Sou já um leão marinho que, na tua areia, não deixa mais trilha.

domingo, 18 de abril de 2010

Vida Boa

Quero dar-te, amor,
toda calma de um lago.
Essa chama que eu trago,
há de ser para te dar calor.

Nada me importa mais
do que saber de ti, feliz.
Aquilo que eu mais quis,
descobri entre os teus sinais.

Em teu olhar de doçura,
findaram as minhas ânsias.
Não existem mais distâncias.
O meu querer é essa tua ternura.

Deixo de lado meus dramas,
quando tenho a tua companhia.
Já não me importa outra alegria,
nem mesmo, sequer, outras camas.

Sou, já, a realização em pessoa.
Quero que o mesmo ocorra contigo.
Para tanto, ofereço todo o meu abrigo.
Sejamos um do outro em nossa vida boa.

domingo, 11 de abril de 2010

Às vezes, temo

Às vezes, temo a solidão
que surge quando eu estou só.
Sem nenhum aviso, ela me dá a mão
e me leva por diante, com frieza e sem dó.

Às vezes, tenho a impressão
de que nada mais me impressiona.
Como se apenas a minha insensível razão,
fosse responsável por aquilo que me aprisiona.

Às vezes, nem mesmo a paixão,
que é o meu mais natural combustível,
é capaz de dar asas à minha frágil imaginação.
Nem sempre, a nós e ao nosso amor, tudo é possível.

Às vezes, penso em ser um diapasão
que possa ajustar todas as coisas ao redor.
No entanto, nem tudo que necessite de afinação,
tende a se transformar, ao meu desejo, em algo melhor.

Às vezes, temo toda essa escuridão
que impede a minha mente de ser mais sã.
Porém, lembro que, a vida é de soma e de subtração.
Por isso, quero mais é somar a partir de cada nova manhã.

domingo, 4 de abril de 2010

Fusão Amorosa

Muito agradável este cheiro teu,
mesclado ao aroma do incenso.
Esqueço até mesmo quem sou eu,
sem saber, ao menos, no que penso.

Os teus lábios na mesma taça de vinho,
aonde os meus, marcados também estão,
fazem, dos nossos apenas um carinho.
Duas mentes ligadas numa só emoção.

Na parede, feito tela, a paisagem.
Contornos que identificam o amor.
Fundimo-nos numa mesma imagem.
Na sombra, não há distinção de cor.

Na fogueira, somos chama que se renova.
Nossa fusão amorosa se dá no abraço.
Uma teoria, em prática, posta à prova.
Dois corpos ocupam o mesmo lugar no espaço.